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​Dona Dijé será sempre uma inspiração!
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“Uma lutadora pelo direito de todos os povos!”. Assim foi Dona Dijé, mulher, quilombola e quebradeira de coco, nas palavras do Quilombola Amilton Cesar Camargo, integrante do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa (CPCTP), que teve a sorte de a ter conhecido em encontros pela defesa da sociobiodiversidade. Maria de Jesus Bringelo, liderança fundadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu — grupo formado por mulheres extrativistas do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí – e referencial para a luta dos povos e comunidades tradicionais no Maranhão e no Brasil, faleceu na madrugada do dia 14, sexta-feira, aos 70 anos.

Ela estava em Brasília e chegou a ser oficialmente empossada no Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, após longa luta pela sua regulamentação. Em entrevista à Rede Brasil Atual, em 2017, ela reiterou a importância do espaço: “A gente passou a ver, a conhecer, a ter seu conhecimento tradicional reconhecido, seja o povo da Bahia, do Rio Grande do Sul, seja o pescador, o pantaneiro, cada um tem seu conhecimento. Esse conselho mostrou que nós existimos. Tivemos avanços. Tivemos acesso à política pública”.

Carmo Thum, representante do CPCTP e integrante do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais – CNPCT, foi empossado no dia 11 de setembro, juntamente com Dona Dijé, afirmou: “Sua luta e sabedoria ficarão para sempre conosco. O saber da experiência e a capacidade de interpretar a realidade – exercitado por ela – têm a profundidade de uma vida. Ela foi, para nós, uma mestra da ação política, embebida de sabedoria ancestral. Para a vida política, uma guardiã dos princípios de ação com base na tradição. A experiência terrena de Dona Dijé nos deixou um legado que levaremos anos para compreender. Que bom que tivemos essa maravilhosa oportunidade de ter sido ungidas e ungidos por ela nos processos de luta pelos direitos de Povos e Comunidades Tradicionais. Segue teu caminho, Mãe Palmeira, protegida pelas sombras refrescantes dos babaçuais.”

Fonte: https://racismoambiental.net.br/2018/09/14/morre-d…

Foto: Beatriz Mota / O Globo