Sem reforma agrária para Povos e Comunidades Tradicionais não há agroecologia
Um público superior a 5 mil pessoas de 25 países e de todos os estados brasileiros participaram do VI Congresso Latino-Americano de Agroecologia, o X Congresso Brasileiro de Agroecologia e o V Seminário do Distrito Federal e entorno, que ocorreu nos dias 12 a 15 de setembro em Brasília, DF.
Com o tema “Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver”, o evento alertou para as graves ameaças que comprometem a soberania e segurança alimentar e os demais direitos da humanidade, dos demais seres vivos e os bens-comuns, incluindo a terra, a água e a biodiversidade, e que, portanto, comprometem o Bem-Viver. Também reafirmou as expressões de resistência e de avanços no campo agroecológico.
Participaram do evento pesquisadoras e pesquisadores, estudantes, educadoras e educadores, extensionistas, camponesas e camponeses, agricultoras e agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, artistas populares, gestores públicos dentre outros segmentos.
Representando o Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, Carmo Thum (Povo Pomerano), que também integra o Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) participou de uma mesa onde apresentou a trajetória do Comitê e a sociodiversidade presente no bioma Pampa. “Atualmente, e cada vez mais, os Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa tem sua identidade, seus modos de vida e seus territórios tradicionais ameaçados pelo avanço da mineração e do agronegócio” relatou Carmo.
Ao final do evento foi aprovada uma Carta Política com denúncias de retrocessos socioambientais e reafirmação da agroecologia. Uma das afirmações da Carta diz: “Sem Reforma Agrária e respeito aos territórios dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais não há agroecologia”.
Carta Política – Congresso Agroecologia 2017