Representante do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa e que também integra o Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), Carmo Thum, participou, entre os dias 10 e 12 de abril, em Brasília, de debates sobre os impactos da política do clima e da financeirização da natureza, em evento do Grupo Carta de Belém.
Leia a matéria do Grupo Carta de Belém
Debate público e seminário marcam os 10 anos de atuação do grupo Carta de Belém
De 10 a 12 de abril, diversos representantes de movimentos sociais, organizações e territórios estiveram em Brasília (DF) debatendo as políticas do clima, a financeirização da natureza, bem como os impactos gerados nas comunidades. O encontro marcou os 10 anos de atuação do Grupo Carta de Belém no âmbito nacional e internacional.
A abertura contou com um debate público sobre a Geopolítica da questão ambiental e financiamento de Estado, realizado na Faculdade de Educação da UnB, com a participação de Deborah Duprat (MPF), Camila Moreno (GCB), Leticia Tura (FASE/GCB), Luiz Zarref (MST/GCB) e Larissa Packer (Grain/GCB).
Leticia fez a apresentação e resgatou o contexto de surgimento do grupo. “Logo no início o Grupo percebeu que não adiantava só incidir na COP, se não incidisse nas políticas domésticas”, disse. Já Zarref foi responsável pela mediação e trouxe reflexões para o público sobre os processos de financeirização da natureza diante do atual cenário político brasileiro.
Para Deborah Duprat, a economia verde “é absurda porque é a capacidade do capital de se reinventar”. Em relação às falsas soluções para redução dos impactos das mudanças climáticas, Camila Moreno explicou que a descarbonização também passou a ser uma programática política.
De acordo com Larissa Packer, em vários momentos de crise mantém-se o sistema econômico com novas tecnologias aliadas às propriedades intelectuais, como aconteceu com os transgênicos e o clima.
“O Estado entra como regulador dos novos mercados diante da escassez para induzir o financiamento, induzindo uma demanda internacionalmente, se baseando nos direitos de propriedade”, completou Larissa. Os relatos sobre as vivências e as dificuldades que as comunidades indígenas, quilombolas, pescadores e agricultores familiares vêm enfrentando ficaram por conta do público presente no auditório Dois Candangos.
O seminário encerrou na última sexta-feira (12) após rodas de diálogos entre os participantes com discussões como a regularização ambiental, políticas de compensação, mineração e os grandes empreendimentos e ataques ao direito à terra de povos e comunidades tradicionais.