Participação e protagonismo cigano no mapeamento de famílias, territórios e rotas do Povo Cigano no Brasil

Participação e protagonismo cigano no mapeamento de famílias, territórios e rotas do Povo Cigano no Brasil
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Está em andamento uma pesquisa que vai realizar o mapeamento dos povos ciganos no Brasil, resultado de uma parceria entre o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Universidade Federal de Jataí (UFJ-GO) firmada em setembro de 2023. O “Mapeamento e registros de famílias ciganas das etnias Calon, Rom e Sinti, de territórios e rotas dos povos ciganos e das políticas públicas acessadas por esse público no Brasil” tem como coordenador geral o professor Phillipe Cupertino. Além de pesquisadoras e pesquisadores, pessoas ciganas também atuam nas equipes, que estão percorrendo as cinco regiões do Brasil. No Rio Grande do Sul, fazem parte da equipe de trabalho de campo a cigana da etnia Sinti, Rosecler Winter, e o cigano da etnia Lowara, Emerson Guimarães, ambos da Associação dos Ciganos Itinerantes do Rio Grande do Sul – ACIRGS e integrantes do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa.

Uma das recentes atividades realizadas no RS foi um encontro, em 25 de outubro, realizado na Câmara de Vereadores de Santo Ângelo (RS), com a presença da equipe de pesquisa e etnias ciganas da cidade, que visou preparar a comunidade cigana para o Censo 2030.

O Jornal e Revista ‘O Mensageiro´ divulgou a atividade e reforçou a importância do Mapeamento em curso: “Conforme o IBGE, o Brasil tem cerca de 800 mil ciganos, sendo os povos Rom, Sinti e Calon os três maiores grupos. No entanto, os dados sobre a população cigana não são atualizados desde 2014, não aparecendo nas pesquisas municipais do IBGE. Para que os dados sejam mais precisos e valorizem a cultura de cada etnia, é importante que sejam observadas as especificidades de cada uma. Por exemplo, há ciganos que não vivem mais em acampamentos, há os que ainda vivem em preferem os acampamentos, no entanto, o Brasil não oferece políticas públicas eficazes por não saber de suas rotas, necessidades, dificuldades de acesso à saúde e educação, além do georreferenciamento de supostos lugares que costumam ou costumavam acampar.”

“Os povos ciganos no Brasil são invisíveis para a maioria da população, apesar de habitarem o país há mais de 450 anos. Tal invisibilidade dos ciganos se deve a diversos fatores, entre eles, e talvez o principal, é a falta de dados precisos sobre a população cigana. Até o momento só há dados imprecisos sobre os ciganos no Brasil e o IBGE não tem estatísticas sobre a população cigana no país desde 2014, além disso, os hábitos nômades dificultam o registro e a organização dos ciganos.”

 

Fonte: https://jom.com.br/jornal/encontro-em-santo-angelo-preparou-comunidade-cigana-para-o-censo-2030.html