II Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa é realizado em Rio Grande

II Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa é realizado em Rio Grande
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Entre os dias 8 a 10 de novembro foi realizado o II Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, em Rio Grande (RS), promovido pelo Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa e pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD).

O encontro contou com a participação representantes de oito segmentos que integram o Comitê (Povos Indígenas, Povo Cigano, Povo Pomerano, Povo de Terreiro, Pescadoras e Pescadores Artesanais, Kilombolas, Pecuaristas Familiares e Benzedeiras e Benzedores). Participaram cerca de 30 pessoas de comunidades, colônias, rincões, aldeias e ylês de 17 municípios: Porto Alegre, Viamão, São Leopoldo, Torres, Barra do Ribeiro, São Lourenço do Sul, Pelotas, Rio Grande, Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista, Alegrete, São Francisco de Assis, Santa Rosa, Rosário do Sul, Uruguaiana, Santana do Livramento e Quaraí. As atividades ocorreram no Campus Caseiros da Universidade Federal do Rio Grande – FURG (dia 8) e na Colônia de Férias dos funcionários da CEEE na Praia do Cassino (dias 9 e 10).

O primeiro dia iniciou com uma introdução sobre a caminhada do Comitê e com trocas interculturais, comum em todos os encontros e reuniões do Comitê.

Na tarde do primeiro dia foi realizado na FURG o evento Direitos identitários e modos de vida tradicionais no bioma Pampa, conduzido por Mariglei Dias de Lima (Kilombola) e Carmo Thum (Pomerano). O evento, aberto ao público, contou com expressões culturais dos Povos por meio de dança, música, toque de berimbau, poesia de autoria kilombola, encenação e oferecimento de alimentos da culinária tradicional. Contou também com uma mesa das identidades, com falas dos oito segmentos sobre as violações de direitos sofridas cotidianamente, que ameaçam sua cultura e suas próprias vidas. Após o debate foi projetado o vídeo Pampa, memórias e saberes do nosso lugar, que retrata saberes e desafios de Povos e Comunidades Tradicionais na fronteira oeste do estado.

O segundo dia foi dedicado à formação – junto as cerca de 30 pessoas representantes de Povos e Comunidades Tradicionais, tendo como foco direitos identitários, étnicos e territoriais. Contou com a assessoria de Roberto Martins de Souza do Núcleo de Defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais (NUPOVOS/ IFPR Paranaguá) e pesquisador do projeto Nova Cartografia Social de Povos e Comunidades Tradicionais. Foram abordados conflitos relacionados ao racismo ambiental e étnico de cunho institucional que violam direitos coletivos; estratégias políticas de resistência e legislações, em especial a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT 169) e protocolos de consulta.

No terceiro dia foi realizada a 12ª Reunião do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, onde foi definida a nova composição do Comitê, o Grupo Gestor e a Coordenação Executiva para o período de 2020 a 2022.

Parte da alimentação do Encontro foi fornecida por grupos da agricultura familiar, agroecológica e kilombola da região, acompanhados pelo Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA). Alimentação caseira e saudável, cultura popular com  roda de música, cantoria, sarau e passeio na praia, também foram elementos importante do Encontro.