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​Livro Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa chega a comunidades Ciganas na Europa
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​Livro Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa chega a comunidades Ciganas na Europa

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Em dezembro de 2017, o etnomusicólogo e violinista gaúcho, Ivan Fritzen Andrade, fez chegar alguns exemplares do livro Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa a comunidades Ciganas na Europa, durante viagem de pesquisa. A ação consiste em um desdobramento de sua interlocução com a ativista cigana Sinti, Rose Winter, integrante do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa.

Depois de participar de evento acadêmico em Portugal, Andrade esteve na Hungria e na Romênia, em viagem de pesquisa acerca da cultura Romani, tema que lhe interessa desde 2008. Em Budapeste, o pesquisador visitou a Escola de Música Folclórica Húngara, participou de evento beneficente organizado pela ONG Szocsoma, em prol de comunidades Ciganas, e acompanhou performances musicais de algumas das principais referências da música Cigana húngara contemporânea, como o grupo Romengo e o violinista Horváth Gyula.

No centro cultural “Hagyományok Háza – Hungarian Heritage House”, onde assistiu a recital de Mónika Lakatos, cantando hallgatós (baladas Ciganas tradicionais), Ivan entregou uma publicação à Mónika e a seu marido, o violonista e cantor, Mazsi Rostás (ambos fundadores do grupo Romengo). O pesquisador relata que “o volume foi recebido com muito interesse e curiosidade sobre a realidade brasileira. Ao folharem o capítulo dedicado às comunidades Ciganas no Rio Grande do Sul, à medida que observaram as fotos, expressaram identificação a partir de elementos visuais comuns aos Ciganos húngaros: traços faciais, vestimentas, adereços e dentes de ouro”.

Ainda na Hungria, Andrade esteve na comunidade de Bódvalenke, situada na fronteira com a Eslováquia. Lá visitou o projeto Freskófalu (Afrescos), guiado por sua idealizadora e coordenadora, Eszter Pásztor, que também recebeu um exemplar do livro. Ivan explica que, iniciado em 2009, o projeto consistiu em convidar artistas Romanis europeus a produzir pinturas nas paredes das casas, criando uma galeria de arte Cigana a céu aberto, como uma maneira de atrair visitantes à comunidade e gerar ingressos às famílias locais. Conforme a diretora do projeto, cada afresco representa um evento ou período da história social e do imaginário da comunidade, assim como do povo Romani, em sentido mais amplo.

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Artistas Romanis utilizaram paredes de casas para suas pinturas, criando uma galeria de arte Cigana a céu aberto 

Já na Romênia, Andrade acompanhou a exposição Vidas Gitanas – Lungo Drom, no Instituto Cervantes, de Bucareste, e visitou o Centro Nacional de Cultura Cigana, para o qual doou um exemplar da publicação. A doação foi retribuída com volumes de estudos sociológicos acerca dos Ciganos romenos, publicados pela editora do Centro.

Ivan Fritzen Andrade é Bacharel e Mestre em música, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com habilitação em violino e Etnomusicologia, respectivamente. Desde 2008, pesquisa a cultura Cigana, como autodidata. É idealizador do grupo Baxtale! – Pesquisa Musical Romani, em que exerce atividade como diretor musical, violinista e cantor.